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BARONESA DE MAMAGUAPE
Carmen Freire
(1855-1891)
Carmem Freire nasceu no Rio de Janeiro; casou-se com o barão de Mamanguape, Flávio Clementino da Silva Freire, senador do Império. As transformações ocorridas no século XIX no Brasil, demandaram dos membros da corte um padrão cultural mais liberal, possibilitando as mulheres da elite maior acesso a educação. Com esta abertura, Carmem dedicou-se aos estudos naturalistas, a literatura e escreveu livro de poesia. Livro póstumo: Visões e sombras, é de 1897.
Reunia em seu palacete os artistas e literatos da moda: Olavo Bilac,
Guimarães Passos, Paula Nei, Pardal Mallet, Rodolfo Amoedo, Coelho Neto, Aluizío Azevedo.
Nas reuniões, ela recitava poemas seus e dos outros poetas.
MAIO DE 1888: Poesia distribuídas ao povo, no Rio de Janeiro, em comemoração à Lei de 13 de maio de 1888 / Edição, apresentação e notas de José Américo Miranda: pesquisa realizada por Thais Velloso Cougo Pimentel, Regina Helena Alves da Silva, Luis D. H. Arnauto. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1999. 220 p. (Coleção Afrânio Peixoto, 45 )
Ex. bibl. Antonio Miranda
A ESCRAVA
A José do Patrocínio
Pouco importa que esposa, mãe ou filha
A escrava seja! Tristes negros fados,
Ao grilhão de piratas condenados,
Vincularam-lhe o pé que as urzes trilha!
Infeliz! Em que céu reluz ou brilha
O sol dos sonhos teus, gentis, dourados?
Em que terras ou climas afastados?
Em que sertões, em que deserta ilha?
Mulher e escrava! antítese dum crime
Que a vil cobiça humana fez nascer!
Que força pode ter o pobre vime!
Quem há que a mansa rola em seu gemer
Duro algoz a ferir cruel se anime?
Folga mulher, eis findo o teu sofrer.
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Página publicada em fevereiro de 2021
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